MELODIA

Eu não sei mais poetizar, não sei escrever qualquer coisa...

Ou coisa sequer, não sei. Não sei mais qual é o dom do amor.

Eu não sei mais se amo. Na verdade, sinto que amo muito.

Mas eu amo muito mais quando ela está perto de mim.

Oh lonjura da sofrência da vida, a permanência em sofrimento.

Oh lonjura do beijo seu, e de tudo que planejei em só um dia.

Oh lonjura... De tudo que eu mais queria.

E como está perto do que eu temia.

O amor vem à noite, vá embora meio dia.

Tudo acabou da noite para o dia.

Perdi a melodia.

Talvez um pouco de mim.

Eu não sei em que distância estão os meus versos.

Eu os deixei em algum lugar no tempo.

Hoje clamo por meras palavras jogadas ao vento,

Vez em quando voltam alguns clichês antigos.

Sou o poeta vivo, ou não sei se digo...

Às vezes tenho impressão que logo, logo estarei partindo.

Não sei quem chorará, ou quem estará sorrindo.

Por enquanto vou decidindo, quem eu quero pertinho.

Vou me despedindo com o coração tinindo,

Brilhando, mas em poucas batidas fortes, sussurrando,

Que eu posso estar perto da beira ou como na feira,

Onde há barulho e para tanto comparam com a agonia,

Que a multidão do meu cérebro faz de tanta ansiedade,

Aquela vontade de liberdade que não para mais,

Vou indo em frente, vem você atrás.

Vamos entrar nessa folia

Tudo acabou da noite para o dia.