Sons da Vida
Quero ouvir o trêmulo vagido do pequeno ser nascido,
Que em murmúrios e prazerosos queixumes foi concebido.
Quero ouvir os rumores distantes das cidades que visitei.
Que dali venham sons, como um marulhar longínquo,
Dos bons e inesquecíveis momentos que deleitei.
Quisera também ouvir o apito de uma locomotiva,
Que enchesse de ruído a gare de um passado distante,
Que viesse bater no meu rosto e produzir um estranho eco
De coisas que um dia foram de suma importância,
E que hoje ocupam lugar em um passado tão remoto.
Quero ouvir a água borbulhante do rio,
E ainda o resfolegar de uma fera no cio,
Fazendo lembrar o anseio de preservação da espécie;
Para esses momentos, palavras não são necessárias,
Basta a satisfação de ouvir o bater de coração em descompasso,
Porém, em uníssono ritmo de corpos que se encontram.
Quero o silêncio do Universo, sempre em expansão,
Deixar-me ser levado ao encontro daquele mundo,
Onde o silêncio se torna em agradável som de eternidade.