Sons da Vida

Quero ouvir o trêmulo vagido do pequeno ser nascido,

Que em murmúrios e prazerosos queixumes foi concebido.

Quero ouvir os rumores distantes das cidades que visitei.

Que dali venham sons, como um marulhar longínquo,

Dos bons e inesquecíveis momentos que deleitei.

Quisera também ouvir o apito de uma locomotiva,

Que enchesse de ruído a gare de um passado distante,

Que viesse bater no meu rosto e produzir um estranho eco

De coisas que um dia foram de suma importância,

E que hoje ocupam lugar em um passado tão remoto.

Quero ouvir a água borbulhante do rio,

E ainda o resfolegar de uma fera no cio,

Fazendo lembrar o anseio de preservação da espécie;

Para esses momentos, palavras não são necessárias,

Basta a satisfação de ouvir o bater de coração em descompasso,

Porém, em uníssono ritmo de corpos que se encontram.

Quero o silêncio do Universo, sempre em expansão,

Deixar-me ser levado ao encontro daquele mundo,

Onde o silêncio se torna em agradável som de eternidade.

Laerte Creder Lopes
Enviado por Laerte Creder Lopes em 07/11/2007
Reeditado em 04/02/2008
Código do texto: T726637
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