Alma De Planta

E de que me adianta

Essas veias abertas

Se a alma é de planta

E não é descoberta.

Se aquilo que planto

São só flores de aço

Quanto mais me agiganto

Muito mais me desfaço.

Foram os homens de ontem

Que ergueram este muro

O abismo da fome

Que roubaram o futuro

Não existe presente

Está pobre o Brasil

Já morreu muita gente

Mais de 500 mil!!

Já não há mais semente

Está pobre esta terra

Está dentro da gente

Evitar outra guerra...

Tenho certa ojeriza

Dessa gente careta

Que de pouco precisa

Mas que muito deseja.

Bem pequeno o planeta

Gigante a multidão

Volte logo, "Cometa"

Faça outra extinção.

É o peito que arde

É a mão que afaga

E ocaso da tarde

É o mel que amarga.

E bem longe de tudo

Nascem sonhos brilhantes

Vou movendo meu mundo

Em moinhos gigantes

O guerreiro está mudo

Segurando a espada

Tão distante de tudo

E tão perto do nada.

Foi-se o tempo andorinhas

Acabou-se o verão

Tartarugas marinhas

Estão mortas no chão.

E do que me adianta

Esta verve tão pouca

Esta alma de planta

Sem teu beijo na boca.

É o alarme indecente

É a flor nos cabelos

Deixe forte a semente

Que te brota dos dedos...

E de que me adianta

A canção não ter fim

Se a alma de planta

Nunca morre em... Mim.

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 30/06/2021
Código do texto: T7289956
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