Joelhos ralados
Já tentei me entregar
Enquanto todo dia surgia uma nova dificuldade
Questionei o sentido de tanto lutar
Eram tantas batalhas minando minha vontade
Uma vez pensei que nada fazia sentido
E o meu fim, almejei encontrar
Hoje, agradeço por ter sobrevivido
Agradeço por me permitir voltar a sonhar
Sei que dias ruins fingirão ser infinidade
Me lançando castigos que parecerão não acabar
Eles tentarão destruir ao poucos minha sanidade
Criando paranoias que farão de tudo para me enganar
Mas eu já experimentei os dias ruins consumirem meu ser
Lhes vi roubarem minha tranquilidade
Lembro que me fizeram desejar morrer
Lembro que me convenceram que seriam eternidade
Então um dia entendi que o ser humano é passageiro
Nada relacionado a ele é motorista
A vida é tão curta quanto as chuvas de janeiro
Tão ligeira quanto o estacionar de um manobrista
Aprendi que dias ruins se vão
E que dias bons sempre chegarão
Aceitei que novas dores surgirão
Mas que nesse meio, diversos amores nascerão
Vi dias bons chegarem pra me preencher
Recarregando minha energia
tocando cada átomo do meu ser
me fazendo explodir de euforia
Senti dias bons conseguirem me acalmar
Retirando um peso da minha coluna
me permitiram tranquilamente respirar
Livrando-me de toda tribulação inoportuna
Viver é cair, levantar e o buscar de novos começos
Uma estrada repleta de tropeços
É um estarmos certos e errados
As marcas em nossos joelhos ralados