Joelhos ralados

Já tentei me entregar

Enquanto todo dia surgia uma nova dificuldade

Questionei o sentido de tanto lutar

Eram tantas batalhas minando minha vontade

Uma vez pensei que nada fazia sentido

E o meu fim, almejei encontrar

Hoje, agradeço por ter sobrevivido

Agradeço por me permitir voltar a sonhar

Sei que dias ruins fingirão ser infinidade

Me lançando castigos que parecerão não acabar

Eles tentarão destruir ao poucos minha sanidade

Criando paranoias que farão de tudo para me enganar

Mas eu já experimentei os dias ruins consumirem meu ser

Lhes vi roubarem minha tranquilidade

Lembro que me fizeram desejar morrer

Lembro que me convenceram que seriam eternidade

Então um dia entendi que o ser humano é passageiro

Nada relacionado a ele é motorista

A vida é tão curta quanto as chuvas de janeiro

Tão ligeira quanto o estacionar de um manobrista

Aprendi que dias ruins se vão

E que dias bons sempre chegarão

Aceitei que novas dores surgirão

Mas que nesse meio, diversos amores nascerão

Vi dias bons chegarem pra me preencher

Recarregando minha energia

tocando cada átomo do meu ser

me fazendo explodir de euforia

Senti dias bons conseguirem me acalmar

Retirando um peso da minha coluna

me permitiram tranquilamente respirar

Livrando-me de toda tribulação inoportuna

Viver é cair, levantar e o buscar de novos começos

Uma estrada repleta de tropeços

É um estarmos certos e errados

As marcas em nossos joelhos ralados

R J Ferreira
Enviado por R J Ferreira em 04/12/2021
Reeditado em 05/12/2021
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