O VELHO PROFESSOR CAP 7 FINAL

O VELHO PROFESSOR

Capítulo Sete – 2 nov 2021

“Eu estava no Arizona,” disse o segundo,

“Tenente me formei na Escola da Marinha

e quando os japoneses atacaram

Pearl Harbor, sem o menor aviso,

meu navio se afundou no mar profundo;

há meu nome no monumento em clara linha,

meu corpo também nunca encontraram,

somos centenas a dormir no casco liso!...”

“Eu morri em Iwo Jima,” disse o terceiro,

naquela luta terrível e assassina;

segundo afirmam, com louvor me comportei,

meus pais ganharam a Medalha do Congresso...”

“Na Normandia eu recebi tiro certeiro,”

disse o quarto, “completada a minha sina...”

Falou o quinto: “Militar não me tornei,

porém minha morte teve o mesmo apreço...”

“Formei-me médico e a cura procurei,

contra o câncer, usando o Raio-X

e acabei por morrer da radiação...”

“Também fui médico,” o sexto acrescentou,

“sem medo os doentes de AIDS eu tratei

e os anticorpos experimentar eu quis;

terminei por contrair a maldição,

mas meu esforço a muitos ajudou...”

“Já no meu caso, eu me tornei bombeiro,”

disse aquele que mais jovem parecia

e quando as Torres Gêmeas desabaram,

lá estava eu, prestando algum auxílio!”

E assim por diante, até o derradeiro,

cada um dos doze seu destino descrevia...

Será que a vida todos assim desperdiçaram?

Por que de volta estão da morte o exílio?

Depois os doze se puseram a explicar:

“O senhor nos ensinou o patriotismo,

o amor das artes, o gosto da poesia,

o amor da música e da literatura,

a humanidade procuramos ajudar

e a morrer pelos outros, sem egoísmo,

o seu conceito do dever nos transmitia

e em tantos outros deixou sua marca pura...”

Logo os doze rostos se desvaneceram

e os corpos a seguir se dissolveram,

mas o velho mestre se sentiu reconfortado...

Deu Martha por sua falta e ao Diretor

telefonou e à polícia então chamaram:

ainda ajoelhado junto à estátua o encontraram,

no rosto um pálido sorriso congelado:

enfim cumprira sua tarefa com louvor!