Sob

O quanto

que já vi de guerra

urbana, interior,

mundo afora

O tanto que diminui

o que é causa de dor

desejo que rui

ambição que tudo piora

O quanto

já li sobre mortes

pólvora, facões

os ensaios de cortes,

a perda das noções

as intencionadas feridas

O quanto que há de desperdício

de vida

Desse vício incessante

que comumente

temos

O quanto que assisti

antes e agora rente

na realidade

no cinema

no poema que escrevemos

O tema da inverdade

o problema

que sempre invade

o quanto

que ainda só vemos

O quanto

que sei da coisa hedionda

das possibilidades mesquinhas

dos tratados de paz

que são mais

é vitaminas

para as ervas daninhas

Tanques nas ruas

mísseis no ar

A crueldade é crua

não há tempo de cozinhar

O tempo urge

a voz embarga

Quem foge?

Quem luta?

Quem usa alforge?

Quem não escuta?

Quem tem orgulho da farda?

Ah, mundo

mundo esse

esse meu

por um segundo

até acreditei...

Eu sei

o quanto que errei

mas não erro

se inda oro a Deus

26-02-2022

09h50min

Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 26/02/2022
Reeditado em 26/02/2022
Código do texto: T7460723
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.