Um tempo desenhado

O futuro que eu vejo

ainda nem aprendeu a ler

Está com o pé no chão

correndo atrás de bola

Está costurando bonecas

de milho...

O futuro que eu vejo

e não posso dizer como será

está coberto de nuvens brancas

mas que chove

tanto em São Paulo

quanto no alto sertão

É um futuro

que ainda nem se imaginou

apesar do pouco que já disse

É futuro de uma linha de tempo

que escapou dessa

É onde toda terra

será um lugar de oportunidades

Onde a moeda será o sorriso

mas o sorriso não será moeda

Onde o custo de um pedaço de papel

não será a vida de uma planta

O futuro que eu vejo

os robôs serão sábios

e as três diretrizes valerão

também para os humanos

e sobretudo, os animais

Vejo um futuro

aonde não será

como falsas colmeias

onde operárias

se esgotam

e zangões morrem após a cúpula

Não haverá rainha

de forma nenhuma...

nem cigarras debaixo da terra

por doze anos

A liberdade de cantar

será sagrada

e as rádios respeitarão

o gosto de cada um

Será um futuro

aonde o ir e ficar,

também terá seu respeito

Formigas poderão dançar no salão

e os homens

saberão sorrir de verdade

Não haverá ensaios para as emoções

pois essas acontecerão com espontaneidade

A verdade, essa será total e livre

no entanto, o respeito

terá muito mais vazão

Será um futuro

onde visitantes do espaço

serão bem-vindos

e não nos tratarão

como os europeus fizeram

com os nativos de outras nações, lugarejos, aldeias...

Será um futuro

aonde a única arma existente

nem será arma de fato

pois que essa será a amizade

pois se descobrirá que isso

combate qualquer desafeto

todo desamor...

Será um futuro aonde a palavra humanidade

estará à frente

da palavra pai

e até do sentimento mãe

Humanidade será para sempre

algo que mereça ter orgulho.

O bom orgulho!

O futuro que eu vejo

nem saberá do ouro

nem do que é preço...

somente o real valor da vida

Já disse muito

do futuro que não sei

mas vejo

com os olhos

da minha imaginação...

É um futuro

que talhado na folha do caderno

gostaria que o vento

fizesse questão que ele voasse,

como se fosse filosofia...

e não mais uma utopia de um tolo

01-05-2022

18h28min

Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 01/05/2022
Reeditado em 01/05/2022
Código do texto: T7507204
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