Dias plúmbeos

Realidade latente da pandemia

Escassez de pessoas na rua

Excesso de angústia, solidão.

Uma lamentação nua e crua.

Há controvérsias nas estatísticas.

Uma assustadora e triste realidade.

Guerra entre governos e desgovernos.

O caos imperando de cidade à cidade.

E as nuvens no horizonte distante,

São de um plúmbeo sepulcral.

Fotos de covas abertas. Impacto.

Choramos nossos entes sem funeral.

E tudo gira em torno do vírus insano

Dotado de mutação e extrema letalidade

Colocando em cheque os cientistas.

Risco iminente para nossa imortalidade.

É preciso que haja foco, união.

Valentes guerreiros de luta amiúde.

Já teríamos sucumbido na guerra,

Sem os profissionais da Saúde.

E como nada é para sempre.

Nem o fim para sempre será.

É preciso acreditar no futuro.

No dia claro e feliz que virá.

Publicada em "Abstração: 3.ª Antologia poética AIL/2021 - Página 95

Editora: AIL (2020)