Cais da Esperança

No cais das lembranças

Saudade, tristeza, alegria,

Navegaram no mesmo pensamento

Em noites turvas e frias

Atracaram os sentimentos

Afogaram a nostalgia.

No cais do dissabor

Ancorou a nau tempestade

Angústia, pesar e dor,

Marulhavam infelicidade

Mas um dia desancorou

Partiu sem deixar saudade.

No cais da solidão

Nem sombra havia

Repousava a amplidão

O tudo era enfastia

Nada se dividia

Monótona maresia.

No cais da ternura

Caravelas em movimento

Afeto, apego, candura,

Finas especiarias de sentimentos

A estibordo a tormenta perdura

Ancoravam por um breve momento.

No cais da esperança

O trapiche mais agitado

O olhar saudoso alcança

Um convés abarrotado

Arpando em regresso

Todo o bem desejado.

Ademar Siqueira
Enviado por Ademar Siqueira em 04/11/2022
Código do texto: T7642983
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