A Volta da Esperança

No meu peito explode desejos de vingança.

Mágoas inesquecíveis de tempos árduos.

Onde proliferava a inexistência da razão e do amor.

E crescia e alimentavam o fim dos sonhos.

Tempos roxos, de racismos e crimes.

Da matar e maltratar sem motivo algum .

Onde beleza e riqueza rimavam absolutas.

O ser se dizia humano e fazia coisas desumanas.

Ria da miséria, do sofrimento e da morte.

E sórdidos miseráveis seres tolos prepotentes,

Sorriam e aplaudiam de pé.

Caminhando pelos mesmos caminhos de pedras pontiagudas,

Sangravam também os pés como todos.

Mas cegados pela metastarse da ignorância.

Não sentiam nem a própria dor.

A esperança viajou para terras distantes.

Em suas malas apenas saudades.

Do tempo em que se abraçavam nas ruas.

Desconhecidos, inimagináveis, neutros.

Mas, pasmem os feridos e cativos,

E os que alimentavam a insensatez.

A esperança pegou o trem das sete horas.

E entre brumas, chuvas e trovões.

Apesar das imperfeições dos trilhos.

Vem chegando para novamente,

Brincar em nosso quintal.

Antonio Candido Nascimento
Enviado por Antonio Candido Nascimento em 12/03/2023
Código do texto: T7738427
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