A cada dia

Tu, oh gloriosa!

Tu quem há muitos anos,

Todos os dias volto a minha atenção.

Tu que encheste meu coração de paz e festa quando vi nascer,

Que encantava meus olhos,

E que minh’alma se reverenciava ao apreciá-la todos os dias.

Oh bela que viu nascer dentro de mim um amor tão forte quanto às rochas,

E assistiu a realização deste amor.

Sentimento que se santificou em meio às flores do campo,

Que se purificou diante das gotas de orvalho.

Paixão que tu viste descansar sob a luz do luar.

Tu, oh linda e incomparável,

Que viu aos prantos meu coração se partir,

Sumindo com a luz do sol e me entristecendo com a realidade.

Tu que todos os dias vi nascer e morrer,

Também viu o fim deste grande amor,

E em breve verá a morte deste triste ser.

Diga- me, oh estrela minha!

Dê- me um motivo para viver!

Dê- me uma razão para existir!

E num instante de temor escuto sua voz a me dizer:

“Dentre mil homens, apenas um pára para me olhar,

Apenas ele percebe meu brilho em meio a tantas estrelas.

Agora, diga-me homem tolo!

Dê-me apenas um motivo para brilhar!

Um motivo para existir!

Aqui está:

Esse único homem ainda existe,

E ele é muito mais do que um motivo para que eu brilhe!”

Não contive as lágrimas, confesso!

Agora compreendo:

Enquanto eu viver há um motivo para que tu brilhes,

E enquanto tu brilhares,

Há a esperança de que eu continue vivendo.

Brilha, oh estrela!

Que a cada dia a esperança se renove nos corações dos homens,

Assim como tu voltas a renascer em cada anoitecer.

Brilha, oh minh’alma,

Porque tu fazes parte do grande céu que se chama humanidade,

E cada tombo é mais do que um motivo,

Para que todos um dia, me contemplem de pé novamente.