Passageiro
Por um breve momento...
A nuvem anuncia o edifício
Uma dor homogenia
É chuva Láctea no cio
....
Das entranhas o rebento
Sentiu Maria das dores
Torna-se dona do vento
...
Despertei na palmada
Meus olhos doíam na luz
Balão na noite embalada
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Andei de galope e punhal
Curei renegados e doloridos
Deram-me a cruz no carnaval
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Na corda bamba da vida
Doeu na quarta de cinzas
Minhas feridas da lida
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Deixei o corpo à sorte
Não senti o doer dos cravos
Pedi o afago da morte
...
Voltei no facho luzido
Doía nos desacreditados
Nos corações peço abrigo
Por um breve momento...