INCLINAÇÃO AMOROSA



A noite vai chegar com o silêncio,
Sem balançar as minhas palmeiras,
A brisa já partiu na madrugada fria,
Eu não sei o que mais fazer, é besteira!

Eu sinto que o tempo não deixou marcas,
Não abriu um caminho ente nós dois,
Mas, confesso-te que o meu amor é real,
E não existirá em qualquer era outro igual.

Esse desalento inalterável espanca a dor,
Neutraliza o anverso desse sentimento,
Gotejando nas fendas d`alma o meu amor,
Induz com negrume nesse quiosque atento.

E por estes e outros motivos cá aqui estou,
Incontido e sem qualquer malícia em te amar,
Despejo nas folhagens da vida a minha afeição,
Trocados nas lembranças de muitíssimos beijos.

Estarei entre o inverno e o verão a esperar,
Com flores do campo e rosas do meu jardim,
Fatigando nas noites esperanças, vou continuar,
Ínvio, impávido e amoroso como o jasmim.

Sabes que a estrada um dia poderá se cruzar,
Tornando uma via acessível sem fronteiras,
Comedido por linhas afetivas e bem traçadas,
Ainda espero a voz macia em cada anoitecer.






ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 17/01/2008
Reeditado em 04/10/2011
Código do texto: T821727
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