O RIO E AS FOLHAS

Quando as luzes se apagam

E podemos nos sentir como somos

Vemos na penumbra a cor da tristeza

O véu cai e a tudo escurece

Onde as sombras nos afagam

Com lembranças distantes

De um tempo que poderia ser nosso

E um sentimento de perda

E secreta e lograda ânsia

Nos assola nestes instantes

Parece que as folha caem

Como chuva seca

Numa triste tarde de inverno

E uma voz nos fala o que aconteceu

Em ida lenta do que é interno

Parece que não acabou

Ainda insiste em ficar aqui

Como um momento e contínuo

Triste e inquieto

Que na alma se instalou

O leve afago do sorriso

É um pêndulo que incomoda

Ate nas belas musicas

De rara beleza,na qual

A alma incauta acorda

Como uma chuva seca e perene

Que nos engana quanto ao tempo

Em que nossa razão nos atenta

E no compasso da contínua orquestra

De inquietação e letargia

Na qual a nossa alma adentra

Mas vejo um belo rio

Onde as folhas se vão

Uma rota definida

Macia e cristalina via

Uma cura para essa terrível questão

Calma como bela manhã de inverno

E onde o que foi deixado

Assim tão massivamente

Mesmo que muito de nós tenha custado

Se vai com rapidez como é o nosso passado

E tornamos nesse exato instante

A ver com outros olhos o que fizemos

Com belas lembranças do que vivemos

E o rio tão belo continua

A ininterrupta frequencia

Nessa bela via a nos levar

Aluísio Bórden
Enviado por Aluísio Bórden em 28/01/2008
Reeditado em 28/01/2008
Código do texto: T837006
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