O RIO E AS FOLHAS
Quando as luzes se apagam
E podemos nos sentir como somos
Vemos na penumbra a cor da tristeza
O véu cai e a tudo escurece
Onde as sombras nos afagam
Com lembranças distantes
De um tempo que poderia ser nosso
E um sentimento de perda
E secreta e lograda ânsia
Nos assola nestes instantes
Parece que as folha caem
Como chuva seca
Numa triste tarde de inverno
E uma voz nos fala o que aconteceu
Em ida lenta do que é interno
Parece que não acabou
Ainda insiste em ficar aqui
Como um momento e contínuo
Triste e inquieto
Que na alma se instalou
O leve afago do sorriso
É um pêndulo que incomoda
Ate nas belas musicas
De rara beleza,na qual
A alma incauta acorda
Como uma chuva seca e perene
Que nos engana quanto ao tempo
Em que nossa razão nos atenta
E no compasso da contínua orquestra
De inquietação e letargia
Na qual a nossa alma adentra
Mas vejo um belo rio
Onde as folhas se vão
Uma rota definida
Macia e cristalina via
Uma cura para essa terrível questão
Calma como bela manhã de inverno
E onde o que foi deixado
Assim tão massivamente
Mesmo que muito de nós tenha custado
Se vai com rapidez como é o nosso passado
E tornamos nesse exato instante
A ver com outros olhos o que fizemos
Com belas lembranças do que vivemos
E o rio tão belo continua
A ininterrupta frequencia
Nessa bela via a nos levar