Esgotei todas as vogais e as consoantes,
No Universo da Palavra!

Esgotei todas as exclamações,
Interjeições
E fiquei-me reticente nas sensações
Do passado!

Por mais que queira, agora não posso!
Mesmo quando posso, não tenho mais a coragem,
A afoiteza de ser o que fui e não sei se quero mais ser
Ou se prefiro morrer a ter que voltar a sofrer...

Por ora, temo os agrupamentos silábicos...
Temo agora a aridez das frases,
Os motes emprestados,
As emoções enganosas e efêmeras!

Sinto que agora não passo mais de uma urna
Onde jazem as cinzas do passado, em espera ilimitada,
Até que um dia alguém lance minha mortalha no ar
E me liberte qual pólen fertilizante e renovador

Quem sabe ... Encontrarei, então, a Paz,
Quem sabe... Se descerei ao solo
Em voo de garça,
Vestida de sonho e quimera!
Serei talvez uma flor, ou erva rasteira, sei lá!
Mas chegada a primavera,
Quem sabe a vida retoma a cor,
Talvez redescubra o Amor!
Talvez! Talvez...

1/3/08