Um Abraço

“Um Abraço”

Meio dia de chuva

Saio rapidamente

Meu coração saltita

As pessoas têm pressa

Demoro a vê-lo

Lá está alheio ao povo

Que passa e não repara

Nas estátuas e na água

Abraço-lhe demoradamente

Suas mãos de homem me apertam

Seu cheiro me incendeia

Seu hálito dá-me um nocaute

Ele é uma escultura viva

Se fosse um Michelangelo,

Falaria palavras de amor

Se fosse um Fídias

Seria um grego perfeito

Se Rodin,

Beijar-me-ia como só ele sabe

Se Deus,

Arrancaria suas costelas

Mas ele só me abraça

Calado, forte, sensual

Vou-me embora no meio do mundo

Nem olho para trás

A chuva, agora já passou

As pessoas, fizeram o seu dia

Meu homem, me aguarda

E eu, ainda continuo molhada.

JB Alencastro

JB Alencastro
Enviado por JB Alencastro em 17/03/2008
Código do texto: T904508
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