A ÚLTIMA MOSCA

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A ÚLTIMA MOSCA

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Vai, espalha, vende mais esta idéia:

O homem é o sal da terra!

Se bem que ouro é o que sempre importa...

Olho grande o braço expande; alavanca a cobiça

Conquista nunca é demais; febre global que atiça

Dinheiro, orgulho e poder: munição para guerra.

O deserto é fértil; tudo plantando, dá...

Água boa com bom ar; fomento para o alimento: sacia

Fartura é miragem neste oásis: pelo excesso também se morre

De fome, de sede... Midas entrou numa fria!

Reserva, pois a tua cota: estoca, troca, exporta...

Comunhão é o fim comum - para o ser, deveria

Ante a escassez vem de vês, dá pra cá meu quinhão!

Minha cota de imaginação para fazer nova lei

Subverter o vácuo, corromper a gravidade e assim voar;

Pipa destemida, no universo sideral.

Urge respirar; a sede aplacar...

Somente os fortes sobreviverão:

Primeiro, primaz, parceiro...prime

Proporção áurea! Beleza, tristeza: nem demais, nem de menos...

Ameno não é pequeno

Seleção natural é ousar sem limitar; esterilizar para limpar

Neurose da época: contaminação, poluição...

Perfeição é a meta!

A ultima mosca pousa, não decola, se arrasta...

Suas asas pesam molhadas;

É presa fácil, faz crer...

O que dá pra viver dá pra morrer.

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by jorge-arildo

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http://www.recantodasletras.com.br/autores/jorgearildo

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Abraço poético!

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