Assanhadinha

Lá estava ela, toda danadinha

Cabelos de cachoeira ao vento andava toda soltinha

Era bonitinha, meio gordinha e fofinha

Mas estava meio doidinha

Apaixonada e maravilhada

Ficou animada, pois amada sentiu-se superestimada

Ardia de desejo que se torturava

Em meio aos homens sua pele flor de janela exalava.

Preocupada e desejada

Ficou apaixonada e desesperada

Cheia de amor não percebeu que por um anjo foi fisgada

Enamorada, aproveitou a chance deseducada

Com João, ela gritou e gemeu

Muito mais animada e feliz, fez e aconteceu

Em um belo dia de lua morna, a virgem disse que nada doeu.

E no final da madrugada. Deus, a ela e a ele, conheceu.

Assanhadinha com o tempo logo cresceu

Educada e alinhada, ao João, o pai conheceu

Com o tempo pensou que o mundo a esqueceu

Após o nascimento da filhinha, Assanhadinha entristeceu.

Pensou que o amor sustentaria a barriga que desenvolveu

Com o passar dos dias João enlouqueceu

Ela sentiu que um novo amor apareceu

A sua filha linda, de olhos claros, nela reacendeu.

Hoje ela trabalha, estuda e, longe do amado, pouco descansa

A pele anda seca e o belo cabelo cortado revela que a vida não é mansa

Jovem e adulta a bela cultiva a perseverança

A sua filha, o maior amor da sua vida, deu o nome de esperança.