NÃO ESCREVEREI UM EPITÁFIO

Enquanto as folhas amarelas pendem no vento

E dobram, como heróis tombando para o chão,

Reflito sobre seu destino e som oportunos

E inquiro sobre a suficiência de sua morte.

Mas não escreverei um epitáfio.

E os pardais cantam a contento,

Flertando com a natureza na sua alegria animadora,

Pergunto-me se não é uma manobra ardilosa

Para desviar o pesar do meu chão lanhado.

Mas não escreverei um epitáfio.

Assim que a tarde se aprofunda nesse vale,

No espantoso desfiladeiro do um sem retorno,

Choro um rio de lágrimas no seu leito e volto-me

Para um mar que aviste meu outro lado.

Mas não escreverei um epitáfio.

E tu, companheiro inconsciente do meu coração,

Não deixe a tristeza te levar em seu caminho

Nas minhas derradeiras, agonizantes estrofes, enquanto

Inclino-me para apanhar o perfume da Vida, e rio:

Pois não escreverei um epitáfio.