ARROZ COROADO

As buchas para parafusos,

Também plásticas,

Prendem-se às paredes

Fixando os buracos.

Estou no apartamento a alugar.

Não mais a tribo,

Só oca vazia, oca.

- Onde está meu menino?

- Cuidado com o cara-pálida.

Mais tudo, por entre os móveis de espaço.

Menos o sonho, o totem, o menino.

Hoje achei

Por entre as tábuas do piso da memória,

Perdido pela fresta feita a cupim,

Aquele que chegou assim:

Dentro do pacote de Arroz Coroado.

Reencontrei o meu índio de plástico.

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LUIS CARLOS DE OLIVEIRA 'ASEOKAÝNHA'

Luís Aseokaynha
Enviado por Luís Aseokaynha em 20/04/2008
Reeditado em 12/12/2017
Código do texto: T954599
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