ESPERANÇA ONTOLÓGICA

ESPERANÇA ONTOLÓGICA

A esperança é uma dúvida, uma dádiva,

Dada aos sonhos do futuro?

Um labirinto incerto e denso,

Um enigma no escuro ?

Se o muro da cobiça

Divide o mundo desigual,

No fundo, o sonho de justiça

Será escudo contra o mal ?

E o grito mudo da incerteza,

Aflito, perde a sensatez,

A violência traz tristeza,

E a paz espera a sua vez...

Mas não se cansa a esperança

De encontrar a luz que acalma,

Na cruz que verte e não se alcança,

Enquanto o sol se põe na alma ?

Ah, quando as lágrimas se vão

No mar do sonho virtual,

Vê-se toda a comoção

Na esperança, essa imortal !

E, assim, procuramos a verdade

No templo único da paz,

Enquanto a esperança, eterna, invade

Nossas vidas de mortais...

Mas, enfim, há quanto tempo

A esperança tem notado

O mundo injusto e turbulento,

E o ser humano atordoado ?

Ah, esperança: uma dúvida, uma dádiva,

Dada aos sonhos do futuro?

Um labirinto incerto e denso,

Um enigma no escuro.