Se meu samba for capaz

Queria que meu samba

Fosse capaz de mudar

O enredo da história,

Mas só desse povo que

Sofre, batalha, que vibra

Que não sai do lugar

Um danado de um samba

Que tivesse toda força

Que esse povo precisa

Pra gritar e se soltar

E arrancasse da garganta

Toda sua revolta e tristeza

Que com seu samba no pé

Fosse capaz de mostrar

Que existe esperança no

Olhar cansado de sofrer

Queria que meu samba

Fosse seu samba também

Que rompesse a diferença social

Um samba sem racismo

Nem olhares indiferentes

Ah! Se meu samba se

Espalhasse por todo mundo

E todos conseguissem entender

Que meu samba Senhor,

Só quer mudar para se

Viver melhor, nesse mundo

Onde cada um olha por si

Se meu samba fosse capaz

De doar um teto para quem anda

Mas dorme nas calçadas,

Embaixo das pontes e viadutos

Um samba que fosse capaz

De agasalhar aos esquecidos

De todo frio da madrugada

Esse samba seria cantado

Contado em verso ou conto

Por todos os pobres e ricos

Até mesmo pelos infelizes

Numa sociedade indiferente

Onde todos caminham iguais

Mas esse samba seu moço,

Ainda não tem grande valia

Não consegue se espalhar

Um samba que é meu

Mas pode ser seu e de todos

Ou até do mundo inteiro

O mestre-sala e a porta-bandeira

Teriam sempre nota 10 sem julgamento

Um samba assim, capaz de transformar.

A ala das crianças em pura esperança

As baianas rodam tentando expandir

Esse samba que não é de roda

Mas é um lema e é samba no pé

Estação primeira de uma vida melhor!

Pollyana Oliver