Meu filho II

Enquanto,no ventre do tempo,te fazias homem,

eu exercia minha espera.

Para passar as horas,mil vezes poli teu por de sol.

Outras tantas provei como primeira vez,

meu velho casaco de noite,ja todo furado de estrelas.

Pintei novamente de azulfeliz,minhas sandalias de

perseguir sonhos.

Imaginei em detalhes nosso encontro,tu como um

fruto recem colhido,

brilhando como a surpresa da primeira lagrima.

Eu,com a algibeira repleta de estrelas do mar e

uma timida aurora boreal,alem de um punhado

de areia sobras da ruina de meu primeiro castelo.

Tu dominando as redeas de vento de uma pipa selvagem,

ora nuvem branca ora passaro azul.

Em tua elegancia realçava um cachecol de arco iris,

onde teus dedinhos misturavam as cores...

Te esperei,filho para te saudar com um gesto inedito

de magia

o de tirar de dentro de minha cartola de ilusao a tua realidade.

Cuidado filho,te recebe um mundo que nao acredita em magico,

nem em filho de magico.

Que nao acredita em Deus,nem em filho de Deus.

Mas eu penduro em teu peito essas duas verdades,

que elas sejam o teu brasao para que te orgulhes sempre de

pertencer a uma dinastia de fe.

Georgio,te sagro cavaleiro da poesia.E te entrego meu escudo

de palavras.

Teu pai e teu poeta.