AH, MINHA MÃE
Ah, minha Mãe...
Quantas vezes eu me pego com olhos vermelhos,
a chorar por tanta angústia...
Aí, tu me cedes teus conselhos,
sendo sempre assim tão justa.
Mesmo quando eu choro só por dentro,
a afogar meu coração,
percebes então meu sofrimento
e me estendes a tua mão.
Seja qual for a minha cova,
seja qual for o meu problema,
muitas vezes me reprovas,
porém nunca me condenas.
Quando tudo perde a graça,
e eu me rendo à aflição,
no meu peito tu te enlaças,
a afagar meu coração.
E quando a dúvida se mostra,
a perturbar minha cabeça,
só tu tens a resposta,
e sempre faz com que ela apareça.
Ah, minha Mãe...
Às vezes minha vida é uma penumbra,
e eu fico a caminhar na escuridão,
eis que surge uma luz, que me deslumbra,
é o teu brilho, a iluminar meu coração.
Às vezes minha fraqueza
aproveita-se de mim,
é aí que surge tua grandeza,
tão suave como um manto de cetim.
Que graça teria a vida?
Que graça teria viver?
Nenhuma primavera é mais florida
que a aquela que só existe em você.
O que seria de mim?
O que seria dessa angustiada flor?
Se eu não tivesse o teu jardim,
sempre cheio de amor!
Ah, minha Mãe...
Que poder tua força tem,
como é puro o teu amor,
igual à ti não há ninguém,
e não há ouro que supere o teu valor.
Te amo tanto, Mãe querida,
e a cada dia a amo mais,
e de amor por ti estou bem munida,
e a amo mais que o próprio amor já foi capaz.
Mas a vida um dia chega ao final,
e nesse dia vai então nos separar...
Só que a alma, minha Mãe, é imortal,
e sendo assim, eternamente hei de te amar!!!
Camilla Faria