A VOLTA DE SEBASTIÃO

Sebastião....pensamentos vãos

O levam todo dia

E numa agonia

Enche-se o seu coração

Quer ir para a Capital

Vencer na vida afinal

Onde tudo pensa encontrar

Pra sua vida melhorar

Uma vida enfim sem fome

Cheia de poesias

Repleta de alegrias

Pretende não mais vai voltar

Sebastião luta a tempos

E passa grandes momentos

Para sua ida conseguir

E de sua terra sair

Num certo dia aconteceu

Todo o esforço valeu

Disse a Maria exaltado

“Consegui enfim a passagem!

Para a minha querida viagem,

Depois de tanto tempo afinal

Estou indo pra Capital

Ainda com os olhos brilhantes

Cercados de prédios sem fim

Cheguei a minha Capital

Vou ser feliz ....enfim

Um dia já muito cansado

Meio desiludido e acoado

Depois que aqui chegou

Já fui muito magoado

Xingado e maltratado

Pois na verdade o que encontrei

Foi uma selva de pedras

Com dificuldades e trevas

Então.... logo me questionei

“Lá a terra era minha

Pena que não consegui ver

E o pouco que eu tinha

Dava pra sobreviver

Aqui encontro muralhas

Pessoas sempre apressadas

Mal consigo em seus olhos olhar

E digo meio assustado:

Senhor....estou desempregado.

O senhor pode ajudar?”

Portas estão fechadas

Corações estão trancados

Pela violência e desconfiança

Que nunca vi no meu canto

Pois, desde criança

Aprendi o encanto

Que a natureza me dá

Sem de mim nada cobrar

Pois maior que o amor de Deus

Em minha vida não há

Quero voltar pra minha terra

Pois aqui a vida se encerra

Fria e do homem distante

Pois nem por um único instante

Encontro a hospitalidade

A gentileza e a cumplicidade

Do povo de minha comunidade

Sinto falta dos pássaros

Dos amigos, dos sorriso e abraços

Do bom dia que a natureza me dava

E até nos dias de chuva

Meu coração encantava

A Quermesse da igreja que unia

A todos com muita alegria

O padre que abençoava

O pão de cada dia

O parente que mesmo distante

E mesmo com tanta agonia

Em seu rosto um sorriso trazia

Aqui ninguém se conhece

Pois o que sempre prevalece

É o relógio que aquece

O seu penoso dia

Pedi a Deus numa prece

Senhor perdoa minha ignorância

Pois penso que ninguém merece

Viver como um objeto

Sem valor e com desconfiança

Pedi que me perdoasse

Pois num mundo iludido

Deixei o que realmente valia

Meu coração enganado

Me mostrou um mundo encantado

Peço um dia poder voltar

E a todos os amigos abraçar

Ver o nascer do sol nas manhãs

E o sorriso de Maria

Me abraçando todo dia

Apesar das dificuldades

Um amor de verdade

Que meu coração iludido

Por uma ilusão ter esquecido

De amar de verdade.

SILVIA BATISTA
Enviado por SILVIA BATISTA em 13/08/2008
Reeditado em 18/05/2010
Código do texto: T1126613
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