Alvorecer Na Pipa
Desponta o rosicler do alvorecer
Buganvílias exuberantes pontilhadas
De gotas de orvalho cristalinas
Decoram a pousada escondida
No alto da colina.
Semente intumescida
Chora rasgando a espessa película
Para brotar nova vida.
O gatinho, ainda repousa manhoso
Na soleira da janela entreaberta
Afago-lhe com carinho
Com saudades do meu que ficou sozinho.
Pássaros alvissareiros
Parolam uma canção divina
Recepcionam o amanhecer
Com alegria de menina.
Os sagüis pulam de galho em galho
Nas árvores que circundam a piscina
Observam os visitantes de soslaio
Catam frutas e insetos
Para o café da matina.
Cá estamos nós,
Gomes, Vicente, Socorro, Diego e eu.
De repente a chuva cai,
Novos caminhos se abrem
Na curva da esperança
A dança das gotas deslizantes
Pura alegria para quem admira.
Entrego-me à dança líquida
Que embriaga minha alma
Com a magia do lugarejo
Observo a pele da piscina
Encrespada pela chuva fina,
São momentos de evasão
Quando se busca renovar energia.
Pipa RN, Julho de 2008