Os deitados..

Como deitar..nesses berços..de outrora..em minha vida.

Como sentir..o gosto amargo...da utopia..de um passado de agonia..

Nesse extenuante..cansaço que sempre me sacrifica..

E me enche de medonhas e hediondas fantasias..

Como deitar...nas redes..da sanidade..que enfeitiça..

e conseguir dormir..nos dormitórios da vida?

Como aprender sonhar, em camas assim vazias..

aonde a dor da discórdia..sempre me imuniza..

Como desdizer..povérbios...que tanto nos embalaram..

nesse arrepiante instante..de inverdades..dormentes...

Como salvar...um homem ou uma mulher da noite..que

lhes responde..com a madrugada triunfante...na insônia hilariante...

Como escurecer o quarto, se a luz da manhã surgiu...

e porquê ter medo agora, se o mundo já teceu...seu cotidiano..de

labutas..e trovões...

Como deitar-se...iremos..depois das mãos encarnadas..com o sangue de um irmão, depois de uma luta armada..

Como ser deitados...em pé..depois da escuridão relâmpago, que durou apenas ...um segundo.

Valéria Guerra
Enviado por Valéria Guerra em 13/11/2008
Código do texto: T1280673
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