QUANDO NASCI!

Quando cheguei, chorei e eles sorriram;

antes de chorar, me bateram para o meu desespero.

Onde estou? não sei, me pegaram pelos pés e de ponta cabeça fiquei.

Que estranha gente! que de repente me bate, me corta e sorri;

Tava tão quietinho, quentinho ali e fui obrigado sair por uma força empurrando minha bunda.

Êta confusão danada! e sem me perguntar me jogaram na água.

Uma mão veio em minha direção, esfregou os meus cabelos,

desceu para minha cara quase a me sufocar, lavou o meu pinto, saco, pernas, pés, não parava de esfregar.

Não sei quanto tempo durou este vai e vem

Até que me levaram para alguém, que tinha um cheiro conhecido, me sentia protegido. Ela me abraça, me beija, sorria pra mim oferecendo o peito, e pelo instinto, minhas mãos a segura com carinho e minha boca suga sem parar o líquido que me acalenta. E naquela satisfação, ensaiei um sorriso, porque visualizei MAMÃE pela primeira vez.

Deomídio Macêdo
Enviado por Deomídio Macêdo em 20/11/2008
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