Mães que tem filhos que não querem mães
Olhou. Tocou. Entrou pelo cano!
Mais uma grávida
Pode ser adolescente ou nem tanto
O pai? Apenas um carinha
Logo estará em seus braços
Uma criancinha
Trabalhar é preciso
Deixar com alguém a criança
Para eles dois, qual a esperança?
O tempo passa
Independente do que se faz
A mãe ralando pelo pão
O menino muito chateado
Eternamente ingrato
Não deixa ela em paz
Quer tudo para compensar
Não ter pedido pra nascer
Imagina que aquele lugar
Não é o que ele quer pra viver
Na primeira oportunidade dá o fora
A mãe, boba, batalhadora, chora
Fica dizendo às amigas
“Meu filho vai voltar”.
Ela é uma mãe que tem filho
Ele, um filho que não quer ter mãe
Quando olha pra foto em sua carteira
Em atitude de oração
Fica pedindo a Deus
Que cuide dele onde quer que esteja
Pois sabe que ele tem bom coração
Ele, aonde está
Realizando seus desejos
De riqueza evidente
Pode ser que passe em sua mente
Em momentos de solidão
Aquela mãe simplória
Mas quando lhe perguntam: tem mãe?
A resposta de imediato é: não
Próspero? Prodígio? Pródigo
Ingratos estão por aí
Existem mais do que se imagina
Mãe nunca se esquece de um filho
Alguns nem se lembram dela
Só vão saber quando tiverem os seus
Um dia ele volta e reconhece
Deseja que o amor recomece
Quem foge dos desígnios de Deus?