Carinho de Mãe

“Carinho de mãe”

Minha fronte tem óleo

Do dia apertado, das fuligens da vida

Meus cabelos estão desarrumados

De tanto pensar, das decisões tomadas

E você apenas passa de leve a mão

Deito-me em seu colo por cinco minutos

E não vejo os carinhos passarem

Só os dias cansativos e pessoas idem

Minha sobrancelha é tocada

Dos seus dedos prestimosos, desenhando

Aparando o suor que passou

Protegendo meus olhos do que já viu

E você insiste na minha sobrancelha

Colocando-a reta nas curvas que me enfio

E não olho mais nada, só um fundo azul

Lágrimas escorrem de puro repouso

Minha sobrancelha de fios decorados

Por sua preocupação constante

Por seu dedicar dedilhado

Aparando poeira do verde meu

Acordo e me sobra telha

Pois construí um castelo sólido

Encenado num amor materno

Que meus olhos vêem como eterno.

JB Alencastro