CRIME E CASTIGO

Ser pai é como ser juiz, no dia a dia,

É estar, sempre, resolvendo confusão.

Se Mariana não é culpada da “folia”,

Fica bem claro que o culpado é João.

Mas sendo ela a culpada, de outra feita,

E, neste caso, “inocente” é o irmão,

O pai encontra a “condenação” perfeita:

Passar dois dias sem ver televisão!

Se há delito, o castigo é bem feito!

É a rotina desse “trabalhoso parto”.

Se há empate, se a demanda não tem jeito,

Só há um jeito: cada qual para o seu quarto!

Essa “justiça” que se aplica a este “time”,

É diferente da que julga os miseráveis.

Pois, neste caso, por pior que seja o “crime”,

Os “bandidinhos” sempre são recuperáveis.

Até porque, com seu poder, o “magistrado”

Tem o direito de lhes conceder perdão:

E abre a “cadeia” para o “réu” aliviado,

Com a mesma “chave” que lhe abre o coração...

(*) Estes versos foram escritos, há muito e muito tempo atrás, quando os meus filhos eram pequenos e, como todo pai, eu tinha que ser o julgador, “de vez em sempre”, dessas invariáveis arengas que ocorrem entre todas as crianças e todos os irmãos do mundo.