Infância Perdida
Sonhava todos os dias acordado
Fazia um favor aqui, um favor ali
Em troca de um trocado
Fui vender picolé na praia
Numa humilde caixa de isopôr
Aos dez anos já era senhor
Do meu nariz
Às vezes parava e olhava
Crianças brincando na areia
Eu já adulto continuava minha caminhada
Gritando no meio do nada
Olha aê o picolé!
Surgiam algumas risadas
E eu não compreendia
Vagava inocente e ingenuamente
Carregando nas costas minha ilusão
Caminhando lentamente
Sem compreender
O motivo daquelas risadas
Risadas do destino!