Retratos
Retratos, retratos,
que preenchem minhas estantes,
de pais e avós
que olham cúmplices
os gestos que foram seus.
Vejo em seus rostos
o ardor da juventude
agora encerrados
em molduras de prata.
Vidas continuadas
nas marcas de meu corpo,
nos traços de meus filhos
ou no prenúncio de um neto.
Um riso ainda ressoa
na lembrança de um domingo
e um sobressalto persiste
na advertência esquecida.
Retratos, retratos,
laços do meu nascer,
companheiros de alegria,
solidários no sofrer.