RAÍZES

Pág. 20 livro Doce Melodia

Minha história pode ser a sua, leitor ou leitora amiga,
e é por isso que me atrevo a contá-la:


Dá-me tempo, Senhor,
nesta manhã, segunda feira...
Para falar de amor
desta terra companheira...

Dá-me tempo, Ó meu Senhor,
para citar os passarinhos
que despertam em seus ninhos
cantando melodias de amor...

Para contar de minhas flores,
violetas azuis e lilases...
Estrelítzias multicores;
as azaleias que me trazes...

Da minha casa tão branca...
sonho meu e doutras mocinhas.
Da minha rua aqui em Franca,
cheia de amigas, vizinhas...

Do meu bairro tão bonito,
que mesmo sendo central
tem um quê de infinito...
De paz assim...Celestial!

Porque mesmo com o barulho
dos carros, de todos os motores...
Eu consigo escutar o arrulho;
os pássaros são belos cantores...

Quando bem pequenina
Franca, eu te deixei
e um dia mais que menina,
para cá eu retornei...

Com lindo véu e grinalda,
sorrindo, me despedi...
Preparando a chupeta e a fralda,
voltei! A Ti, Ó Deus eu pedi!

Nas fábricas de calçados;
empregos, achamos ali...
Nos curtumes afamados,
razões pra viver por aqui...

Franca dos meus antepassados:
o gado, a música, cafezais.
De meus avós muito amados,
Vida doada a meus pais...

Nona, Ida, "Cotinha"...
Avós meigas, tão queridas...
O crochê, couve picadinha...
são legados de suas vidas!

Minhas raízes fincadas
nas terras de Miramontes
e ali na Rua do Comércio,
nasci entre lindas fontes!

Amo-a tanto, adorada...
sei que daqui sou bisneta...
E vou seguindo esta estrada
Com jeito assim de poeta!

Dá-me tempo, Meu Senhor,
para só agradecer...
Depois volto à lida, ao labor,
em Franca adoro viver!







Adria Comparini
Enviado por Adria Comparini em 05/09/2009
Reeditado em 19/02/2013
Código do texto: T1793929
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