Há um monstro no nosso convívio

Um monstro me aterroriza
Vivendo no entorno do meu trabalho
Eu o vejo todo dia
Mas não posso espantá-lo
Sei que ele não vai me engolir
Pois com ele não vou mexer
Mas o vejo seduzindo
E engolindo muitos jovens
As vezes até crianças
Ele traga sem piedade
Todo mundo o vê
Porém, dele todos têm medo
Ninguém quer enfrentá-lo
Eu também não
Pra ele faço vista grossa
Ignoro quando o encontro
E finjo que não o conheço
Ele tem muitas caras
Estar sempre disfarçado
Mesmo assim o reconheço
Em cada disfarce usado
Minha percepção é aguçada
E por mais que o monstro
Mude a máscara que cobre sua cara
Me arrepio ao passar por perto
São rostos de terrores
Cada um mais violento que o outro
E tem um agravante
Esse monstro destrói qualquer família
Caso esta não tenha a sorte de perceber
A sua aproximação...
Digo sorte, porque esse dragão peçonhento
Entra com sutileza no meio dos jovens
E aos pouquinhos cria um clima
De falsa amizade...
Para em seguida abraçá-los
De forma impiedosa
Um abraço de onde dificilmente
A criatura sairá ilesa...
***
Maria de Fátima Alves de Carvalho
Poetisa da Caatinga
Natal,07.09.09
Maria de Fátima Alves de Carvalho
Enviado por Maria de Fátima Alves de Carvalho em 07/10/2009
Reeditado em 21/09/2020
Código do texto: T1853646
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