Que saudade da vovó (para minha querida avó Lindalva)

Ai que saudade sinto

Do colo de minha avó,

Saudade de suas histórias

Que me faziam dormir.

Em tantas outras

Abria bem os olhos,

Ouvia com atenção

E logo aprendia uma lição.

Minha avó tão sábia,

Esperta, tudo entende,

Sua surdez não a impede,

De ouvir a todos com sabedoria.

Ai que saudade sinto

De seu cantarolar na cozinha,

De seu chinelo arrastando,

Logo demanhãnzinha.

O sol ardente, brilhava,

Lá fora todos corriam,

Ouvia minha vó me chamar

Acorda que já é dia.

Encantadora ela é

Com seu jeitinho sincero,

Diz a todos o que pensa,

Até mesmo o que não se espera.

Ai que saudade sinto,

Do anoitecer em sua porta,

Olhando a vida passar sorrindo

Rindo da vida de quem passa lá.

Faz chacota e dá risadas,

Esse é seu jeito de brincar,

Capaz até de dizer pro dono

A piada que acabou de inventar.

Ao conhecer Jesus, logo se encantou.

O santo de pedra quebrou,

E dos quadros da parede tirou,

Hoje espera somente no Senhor.

Ai que saudade de minha linda avó,

Alva como a neve,

Lavada e remida no sangue do Que Salva.

Minha querida avó, Lindalva.

“Quero trazer a memória o que me dá esperança.” (Lamentações 3:21)