NOSSO GAROTO
Ah! Esse garoto que a gente fez tão cedo,
imagine,
que a gente nem sabia como segurar direito,
ou como dar banho, como aportar seus lamentos,
ou como remexer seus instintos ainda não desvirginados.
Ah! Esse garoto que a gente fez tão cedo,
imagine,
hoje tem a alma mais forte que a nossa,
preenchendo todo vazio das nossas vidas com maestria divina.
Hoje sabe bater o pé no que quer, e no que não quer,
gera a sua própria luz, e a nossa também,
enrola e desenrola seu próprio novelo de vida
com paciência dos rinocerontes em plena guerra.
Esse garoto que a gente fez tão cedo,
imagine,
cada poro do seu corpo está atado aos nossos,
numa liga que transcende o possível, invade o horizonte e
cerca o infinito sem pedir licença.
Esse garoto que a gente fez tão cedo,
imagine,
meio quixote, meio vira-lata, meio saqueador dos nossos sonhos mais enxarcados de suor.
Valeu, querido, obrigado por ter vindo para o nosso colo,
um lugar que sempre esteve se desatrelando nós só para receber você.
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