Celeiro Onde Nascemos

Depois de 6 dias eu li um e-mail de minha mãe Rachel onde tinha este poema abaixo. Inspirado pelo que li também um escrevi.

O ACERTO DO DEFINITIVO SILÊNCIO

Rachel

O silêncio fala mais que tudo à minha alma...

Nele encontro eco dos bens que semeei...

Encontro o ribombar das atribulações

Mas ele me faz voltar ao sussurro da calma...

Pude escolher na minha vida o que semear

Mas sei que colherei apenas o que plantei...

Se foi o bem e as virtudes o que semeei,

A colheita de bem e virtudes vai se fartar...

O mal que causei, as dores que provoquei,

Foram se acumulando neste meu único celeiro

E nele haverá justiça, compensação e perdão.

Arrependida, então, curvo-me à Vida e espero

Esse perdão que moverá meu sofrimento,

Dará paz à minha alma e acalmará meu coração.

09/10/2010

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Celeiro Onde Nascemos

Saulo

Quando me dei conta de mim mesmo,

Enxergando o mundo ao sair à luz

Percebi que não surgi assim a esmo,

De um belo plantio eu fiz jus.

Quando ainda debaixo dessa morada,

Colorida e cheia de fruto por todo lado.,

Vivi no amor e não me faltou nada.

Muito ainda está aqui guardado.

Hoje posso de longe apreciá-lo,

Vejo o seu telhado branquinho...

Mas ainda é pra mim um regalo

E dentro tenho o meu cantinho.

De longe vejo uma mulher na faxina,

Cansada, mas animada nessa limpeza.

Do céu uma Luz de Amor a ilumina,

Ela cumpre a tarefa com destreza.

Pode até ter um ajudante contratado,

Onde a ensinará a ver no escuro.

Poderá ser o degrau a ser escalado,

Onde verá Luz além por cima do muro.

Sementes que não germinaram mais...

Ocupando, podres, nobres espaços...

Chega de cuidar deles e produzir “ais”,

Trate-os como lixo, como bagaços.

Lance-os fora, num lugar afastado.

Mas não leve sementes boas junto.

Separe bem o joio do Trigo Sagrado.

Enterre para sempre o que é defunto.

Ninguém é pra saber que está limpando,

Exceto aqueles que moram bem perto.

Mesmo assim, cante, limpe dançando,

Estará fazendo assim o que é certo.

Desfrute e sinta-se honrada,

Por tudo o que tem neste celeiro.

Verás que já és bem amada,

E seus frutos são verdadeiros!

15/10/10