Mãe e filho

Chega e passa elegante, enche o recipiente.

E mesmo contente, deixa triste sua corôa.

Que assiste e logo pensa:-Como ousa?

E não repousa ao lembrar da cena

Produzida a partir da produção

De algum produto feito da cana-de-açucar.

Os dois discutem os problemas

E nenhum quer assumir os seus defeitos

Ou abrir mão de algum direito,

Despejando sentimentos, atropelam a razão,

Atrapalhando a relação entre mãe e filho.

Até que ela cede um pouco, mas pergunta:

-Ficou louco?

-Já é tarde e faz frio, leve a blusa meu amor.

E ele cheio de rancor, fala como um senhor

tão ditador quanto o mesmo condena:

-Nenhum charme você usa, mas abusa do poder

que conquistou...ao dar à luz.

-Quer ser Cristo por se pendurar na cruz,

Ao invés de carregá-la?

-Ninguém pode me impedir, mas eu também

não vou poder culpá-la...apenas posso fugir.

E enquanto ela se deita, ele sai...

Pra tentar se distrair e eles ficarem na boa.

Outra tentativa, novamente à toa.

Quando ele retorna, os dois voltam a discutir.

Almeida Silva
Enviado por Almeida Silva em 11/11/2010
Reeditado em 12/11/2010
Código do texto: T2609950