BORBOLETA SONORA

A Adriana e Cláudio

em seus 25 anos de matrimônio

Vasculhávamos, silenciosamente, uns sonhos.

Sonhos performáticos que se mostravam

em neblinas humanas de inconstantes dias

e uma visão incontrolável – amável –

irresistível de árvores e galhos de árvores

e folhas de árvores em variegadas matizes verdes

e todo o baloiçar das folhas: era a realização.

– Amor, escuta o que digo. Não é mais o começo

porém, não é o fim. Estamos no meio. O começo está

tão perto e o fim tão distante porque sinto o amor.

E sinto – como se pressente borboletas sonoras –

mesmo que em asas de movimentos leves e

sincronizados dessas bailarinas da Natureza.

E a arborização densa emite aromas que nos remetem

para o horizonte da felicidade onde reina o amor.

O baloiçar das folhas ao vento

faz parte do mesmo movimento

que leva as borboletas

e leva os sonhos

e conduz ao amor.

Vamos?