CANTO AO SORRISO
Lucas, teu sorrir saúda
os sorrisos da terra.
As indesculpas dos homens,
a inescravidão dos pássaros.
Lucas, teu sorrir afaga
os olhares vestutos,
as flores avoengas,
os dizeres piegas.
Lucas, te sorrir cuida
das folhas de outono,
dos borrões do mundo,
as intenções dos dias.
Lucas, teu sorrir pugna
contra as mentiras vãs.
Pela prudência dos sentires,
pelas dores de abril.
Lucas, teu sorrir proclama
a redenção dos santos.
E com a flecha aos ódios,
a peleja da noite.
Lucas, teu sorrir inflama
os vagidos em redor,
as luzes das casas,
os vagalumes foragidos.
Lucas, teu sorrir inquieta
as previsões insanas,
os medos dos passos,
os apocalipses iníquos.
Lucas, teu sorrir cintila
e impossibilita os rancores.
Vãos-se os egos.
É tempo de ressurgir.
(Luca, o bom é que teu sorrir
faz o vovô sorrir
com cara da bobo).
2001
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