CANTO AO SORRISO

Lucas, teu sorrir saúda

os sorrisos da terra.

As indesculpas dos homens,

a inescravidão dos pássaros.

Lucas, teu sorrir afaga

os olhares vestutos,

as flores avoengas,

os dizeres piegas.

Lucas, te sorrir cuida

das folhas de outono,

dos borrões do mundo,

as intenções dos dias.

Lucas, teu sorrir pugna

contra as mentiras vãs.

Pela prudência dos sentires,

pelas dores de abril.

Lucas, teu sorrir proclama

a redenção dos santos.

E com a flecha aos ódios,

a peleja da noite.

Lucas, teu sorrir inflama

os vagidos em redor,

as luzes das casas,

os vagalumes foragidos.

Lucas, teu sorrir inquieta

as previsões insanas,

os medos dos passos,

os apocalipses iníquos.

Lucas, teu sorrir cintila

e impossibilita os rancores.

Vãos-se os egos.

É tempo de ressurgir.

(Luca, o bom é que teu sorrir

faz o vovô sorrir

com cara da bobo).

2001

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ALFREDO ROSSETTI
Enviado por ALFREDO ROSSETTI em 02/11/2006
Código do texto: T280245