Meu Pai

Quando era menino, e via,

Os amiguinhos abastados,

Pensava na herança

Que não iria ter.

Como eles, não seria,

O que tinham, não teria.

Mal sabia, eu, no entanto,

O que me estava sendo

Dado, de graça, sem pagar,

Riqueza incomparável!

Tantos exemplos de coragem,

Tanta honra, tanta dor,

Tanta luta renhida,

Que assisti, calado, e ouvi.

O caráter acima da glória,

O honesto no lugar do esperto,

Quantas lições aprendidas,

Na escola de sua vida.

Não foi à faculdade,

Mas foi professor de doutores,

Inspiração de cultos e ricos,

Modelo para filhos e netos.

Obrigado, meu pai,

Por seres quem tu és,

Por teres sido tudo o que foste,

Pelas reprimendas, pelas lições.

Obrigado pelo ontem, pelo hoje,

Pelo amanhã e pelo sempre.

A eternidade nos aguarda,

Pai e Filho para sempre.

Guilherme Appel
Enviado por Guilherme Appel em 06/11/2006
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