TESTAMENTO

Nesta meia idade,

Agora nos umbrais

Da terceira vez

Queria um netinho.

Um netinho eu queria

Para lhe dar meu

Sonho de criança,

Minha fantasia de moço,

Minha esperança.

Eu o deserdaria

De minha loucura,

De meu fanatismo,

De meu desequilíbrio.

Presentar-lhe-ia

Com a Poesia

Como se fosse sesmaria.

Eu queria um netinho

Para lhe contar toda história,

Poeticamente e em prosa.

Dar-lhe-ia minhas asas

Da imaginação.

E se fosse uma netinha

Eu lhe deixaria minha pena

E meu quinhão.

Sendo ele ou ela,

Meu ósculo

E meu amplexo.

De tudo mais

A vida lhe providenciaria.

L.L. Bcena, 25/08/2010

POEMA 232 – CADERNO: CHEGADA NO PORTO.

Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 14/06/2011
Código do texto: T3034813
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.