ESSÊNCIA CRISTALINA
Cantei a vida, cantei o amor,
As filhas das minhas entranhas,
O brado rijo de minhas veias
Em minha prole, rijo bradou;
E lá do alto veio a sua escolha
Veio a proteção sob suas asas
Do pacto que nos confirmou.
As nuvens do céu que pairavam,
Como ave volando na imensidão,
Quando menino eu imaginava,
Fazia tudo na imaginação;
Agora adulto piso firme a dor,
Sinto na pele acerba realidade
Que me rodeia com os pés no chão.
O meu legado é minha essência,
A minha essência cristalina,
Falo para as minhas filhas a equidade:
Andai no caminho da retidão!
Não vale a pena iníquo ser,
Nem surrupiar do indivíduo,
Vale, sim, ter compaixão.
Ensino versos a quem ouvir,
O soprar da brisa tépida,
O núncio das minhas palavras,
O clamor da minha fraqueza;
Quero de novo viçar o campo,
Respiro o hausto da manhã,
Amar de novo a natureza.
(YEHORAM)