Uma certa liberdade

Quero ser livre, quero liberdade.

O direito de acertar ou de errar.

Dizem que não devo desobedecer.

Teimo, insisto, quero a liberdade.

Um beijo escondido, abraço gostoso,

Um cigarro, um trago, uma transa...

Casa, família e escola só mais tarde.

Hoje eu fico, tu ficas, nós ficamos...

O tempo passa e estou muito triste,

Do meu lado alguém está chorando,

O soluço, indica ser uma mulher e é.

Não vejo minha mãe que ora chora,

Do meu pai não tenho os carinhos,

Ganhei minha liberdade desejada .

E para que me serviu, você sabe?

Aproveitei, beijei, abracei, fumei,

Bebi e com muitos fiquei, transei.

Minha liberdade, trouxe a doença,

O HIV devora as minhas entranhas.

E a minha liberdade me condenou.

Minha mãe me acordou, era pesadelo.

Mas papai me prenda feito passarinho,

Porque nenhum risco quero correr.

E dê-me a liberdade aos pouquinhos,

Que assim não me afogarei como um

Banhista afoito para desbravar o mar.

Castilho Benício
Enviado por Castilho Benício em 21/07/2011
Reeditado em 14/06/2020
Código do texto: T3109097
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