O giro da maçaneta
A mãe não dorme! Está inquieta!
deita, levanta, levanta e deita,
não sabe o que pensar!
O seu filho está lá fora,
e até àquela hora,
não ligou pra avisar,
se está correndo perigo,
ou se encontrou um amigo,
e parou pra conversar!
A mãe não dorme! Está inquieta!
deita, levanta, levanta e deita,
não sabe o que pensar!
Tem saudade da infância,
quando o filho era criança,
e em seus braços dormia.
Para a cama o levava,
um beijinho então lhe dava,
e com amor o cobria.
A mãe não dorme! Está inquieta!
deita, levanta, levanta e deita,
não sabe o que pensar!
Foi-se o tempo da infância,
agora a sua esperança,
é ver o filho chegar,
e num gesto amoroso,
dar-lhe um abraço gostoso,
dizendo, vá se deitar!
A mãe não dorme! Está inquieta!
deita, levanta, levanta e deita,
não sabe o que pensar!
A violência hoje em dia,
de imaginar, arrepia,
no que está acontecendo.
À noite, de madrugada,
no Clube ou na calçada,
tem muitos jovens morrendo.
A mãe não dorme! Está inquieta!
deita, levanta, levanta e deita,
não sabe o que pensar!
Só acalma o coração,
quando percebe que uma mão,
a maçaneta girou.
Pela porta entre aberta,
vê do posto de alerta,
que o seu filho entrou!
A mãe não dormia! Estava inquieta!
deitava, levantava, levantava e deitava,
não sabia o que pensar!
Ao ver o filho chegar ileso,
tira dos ombros um peso,
do medo que a torturou.
A Deus ela agradece,
e cansada adormece,
mais um dia se findou!
Adijanira Rodrigues de Almeida