DO ALVORECER AO ANOITECER

DO ALVORECER AO ANOITECER

AYRES KOERIG

Fui fecundado sob amor profundo,

Após a vinda da terceira irmã.

Foi desta forma que cheguei ao mundo,

Um simples estro ou um pequeno elã.

Desde o primeiro e até o nono mês,

A minha gestação foi natural.

Penso não ter havido algum revés,

Eu vim à luz sob um parto normal.

O lar encheu-se de esplendor radiante,

O quarto se tornou lugar divino...

Da minha mãe sorriso em seu semblante,

Quando a parteira disse: -- Eis um menino!

Só imagino que contentamento

Que houve em meu pai após o receber,

Com muito agrado tal conhecimento:

Menino, o que acabara de nascer.

Somente três as vindas por primeiro,

E todas três do sexo feminino.

Queria então para ele um companheiro

Só lhe faltava apenas um menino.

Não fui ninado em colchas de veludo.

Eu não fui rico e nem tão pouco pobre...

Na minha infância eu nunca tive tudo,

Mas dá-me orgulho ter caráter nobre.

Na escola, também não fui o primeiro.

E a meus colegas sempre fui leal.

Um ser travesso nunca um bagunceiro,

Mas a todos, tratava por igual.

Assim forjado em têmpera de aço,

Procuro nas ações jamais falhar,

Porém naquilo que ainda agora eu faço,

Sempre em minúcias devo analisar.

Assim vivendo pela vida afora,

Vou esperando a minha redenção.

Não tenho medo, pode ser agora,

Pois sempre estou com Deus no coração!

Ayres Koerig
Enviado por Ayres Koerig em 05/10/2011
Código do texto: T3258587
Classificação de conteúdo: seguro