O ÚLTIMO ATO

Eu perdi o descer das cortinas

Não assisti o apagar das luzes

Só ouvia o reconhecimento no manifesto

Interpretavam o amor carnal

Luxúria, êxtase e paixão.

Eu ali estatuado na escuridão

Inebriado de incertezas

Na busca de um útero

A procura de um abraço e aconchego

Quero você mãe

Ou gravura materna

Aquela que desenhei na infância restrita

Entre camas e irmãos postiços

No antro da família Creche

que a necessidade me impôs.

Então em que ato estamos?

Primeiro ou segundo não sei

Mas o drama não é ser rejeitado

Por quem você não conhece

Desperte para o segundo momento

Luzes ascenderão

Cortinas abrirão

e o show da vida continuará .

Não interessa de onde veio

O importante é o agora

E hilário é

Planejar com sabor de amor

Seu amanhã para não perder o último dos atos.