Pais e Filhos
Não vou, não vou.
Juro que não vou.
Preocupar-me mais.
Desde que nasceram, me preocupo.
Se respiravam, se não respiravam...
Modifiquei meu corpo,
Mimha mente,
Todo o meu ser.
Por minhas filhas.
Cada dia, cada minuto;
Vivi por elas.
Agora, creio ser o tempo de desmamar.
Mas como desmamar,
Se hoje espero minha netinha.
Como desmamar, se ficam à minha volta.
Como abelhas querendo sugar, todo o mel.
Mãe é assim.
Pai, exceto alguns,
São mães.
Muito raro.
Mas conheço casos.
Tento me convencer.
Que nos dias, de hoje, tudo é assim.
Mas não tinha, que ser com as minhas filhas.
Muito menos, com a minha netinha.
Mas não vou mais
Sofrer a agonia da espera.
Nem da revolta.
Pois há logo ali, embora pareça distante.
Alguém que tudo vê.
Que espera pacientemente;
O dia da cobrança...