Pais e Filhos

Não vou, não vou.

Juro que não vou.

Preocupar-me mais.

Desde que nasceram, me preocupo.

Se respiravam, se não respiravam...

Modifiquei meu corpo,

Mimha mente,

Todo o meu ser.

Por minhas filhas.

Cada dia, cada minuto;

Vivi por elas.

Agora, creio ser o tempo de desmamar.

Mas como desmamar,

Se hoje espero minha netinha.

Como desmamar, se ficam à minha volta.

Como abelhas querendo sugar, todo o mel.

Mãe é assim.

Pai, exceto alguns,

São mães.

Muito raro.

Mas conheço casos.

Tento me convencer.

Que nos dias, de hoje, tudo é assim.

Mas não tinha, que ser com as minhas filhas.

Muito menos, com a minha netinha.

Mas não vou mais

Sofrer a agonia da espera.

Nem da revolta.

Pois há logo ali, embora pareça distante.

Alguém que tudo vê.

Que espera pacientemente;

O dia da cobrança...

Regina Martins Vita
Enviado por Regina Martins Vita em 07/07/2012
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