Brasinha

Me causa surpresa

Me causa espanto

Desse menino moleque

Brasinha em pele de santo.

Sai na rua e é só sorriso

Se perde nas conversas

E pra isso

Nem falar é preciso.

Com gestos,

Abraços espontâneos

Conquista até os mais sérios

Com seu jeitinho que pede logo

Um sorriso instantâneo.

Por ser tão solto

Quando crescer, vai seguir

Qualquer ofício

Que dê vazão à sua vocação

De fazer quem está à sua volta

Dar um breque na vida

E render-se ao simples encanto

De se abrir

De cuja razão nem se sabe o quanto.

Criança querida

Ficarei de perto

Vendo se continuarás desta forma aberto

Cediço do que é a vida lá fora

Onde o que vale é a lei

Daquele que é mais esperto.

Gente como você

Que nem é gente ainda

Tem em si

Um coração que não finda

De cuja marca

É da razão de uma prece

Daquelas mais lindas

Que arrasa

À primeira medida

Gente que se acha grande

Mas que não chega a seus pés

E anda perdida.

13.04.2013.

Eduardo Piereck
Enviado por Eduardo Piereck em 13/04/2013
Código do texto: T4239331
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