Brasinha
Me causa surpresa
Me causa espanto
Desse menino moleque
Brasinha em pele de santo.
Sai na rua e é só sorriso
Se perde nas conversas
E pra isso
Nem falar é preciso.
Com gestos,
Abraços espontâneos
Conquista até os mais sérios
Com seu jeitinho que pede logo
Um sorriso instantâneo.
Por ser tão solto
Quando crescer, vai seguir
Qualquer ofício
Que dê vazão à sua vocação
De fazer quem está à sua volta
Dar um breque na vida
E render-se ao simples encanto
De se abrir
De cuja razão nem se sabe o quanto.
Criança querida
Ficarei de perto
Vendo se continuarás desta forma aberto
Cediço do que é a vida lá fora
Onde o que vale é a lei
Daquele que é mais esperto.
Gente como você
Que nem é gente ainda
Tem em si
Um coração que não finda
De cuja marca
É da razão de uma prece
Daquelas mais lindas
Que arrasa
À primeira medida
Gente que se acha grande
Mas que não chega a seus pés
E anda perdida.
13.04.2013.